Alugando o carro
A ideia de alugar um carro num país desconhecido e de mão inglesa, confesso, não me era das mais agradáveis. Nossa carteira de motorista vale aqui por um ano, mas as leis de trânsito não são completamente iguais. Aqui, por exemplo, parece que ninguém sabe estacionar ou fazer baliza. Todo mundo estaciona na contra-mão e de preferência com metade do carro atravancando a calçada.
Mas antes de alugar o carro conversamos com outras pessoas que fizeram o mesmo passeio, sem problemas. Só precisávamos de um motorista corajoso. Fácil: O Guilherme é a nossa "Maria Gasolina" e estava se coçando para experimentar a novidade.
Chegando no aeroporto procuramos a locadora de carros. Foram 30€ por um Vectra GT (Astra aqui pra eles), mais 15€ de seguro, já que não podíamos comprovar um cartão de crédito com limite de 1200€. Tirando os 40% do discurso da funcionária da locadora que a gente não entendeu, deu tudo certo. Uma van nos levou até a garagem dos carros, conferimos os arranhões e peças e pronto. Entramos no Vectra próximo das 9h30min.

Estávamos em cinco pessoas. Cinco gaúchos mais precisamente. Como preferimos um carro sem GPS - porque era mais caro - levamos um notebook devidamente carregado, com internet 3G, um passo a passo anotado do trajeto e um bom mapa das estradas. Só utilizamos o último item de segurança. A sinalização perfeita foi uma companheira durante toda a viagem. E o motorista pegou o jeito inglês de dirigir em poucos minutos (clica no mapa pra ver o trajeto).
Como entraríamos em território da rainha tia Beth, levamos todos os nossos documentos, mas não fomos parados em momento algum. O trânsito é livre entre as duas irlandas. Como o tempo estava feio, preferimos seguir direto para o extremo norte do país para conhecer um dos pontos turísticos mais famosos da Irlanda do Norte e deixamos a capital para o trajeto de volta. Giant's Causeway, ou a Calçada dos Gigantes, em português, é um lugar deslumbrante. Assim como grande parte da costa irlandesa, é cheia de recortes, penhascos, morros e frio... muito frio. Chovia fino e ventava um gelo que cortava a bochechas. Mas a paisagem compensa. E mesmo coberta de uma névoa, impressiona. É
Ficamos lá pouco mais de uma hora. O tempo ruim nos impediu de completar a trilha que seguia mais um bom trecho a pé. Encharcados, comemos nossos sanduíches de marmita e seguimos a viagem.
A capital da Irlanda do Norte é bem diferente de Dublin. Com mais prédios novos e modernos, Belfast parece um canteiro de obras. Muitas coisas sendo reformadas, outras sendo construídas. O canal Vitória que corta a cidade dá um clima de praia, com barcos de passeio, pontes... Logo na chegada podemos perceber o carro-chefe do turismo na cidade: O Titanic. O navio mais famoso da história foi construído em Belfast, em 1912 pela Harland & Wolff, no maior estaleiro do mundo. Cartazes e placas sobre o navio estão por toda a parte lá. O estaleiro onde ele foi construído realmente impressiona. E parece que tudo foi mantido intacto desde aquela época. É difícil imaginar aquele navio enorme sendo montado ali no início do século 20 sem as tecnologias de hoje.
A volta
Estávamos cansados, com as roupas meio úmidas da chuva e com fome. Chegamos próximo das 10h30min da noite no aeroporto, mas rodamos uma hora ainda para colocar gasolina, descobrir que a garagem de onde retiramos o carro já estava fechada, ligar para a locadora, ficar tontos com o inglês da funcionária da locadora ao telefone, largar o carro e entregar a chave! Ufs! E deu tempo de pegar o último ônibus para voltar pra casa. A sequência final foi: banho e cama.
Saldo final: 20 € por pessoa
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