domingo, 31 de maio de 2009

Tá ruim mas tá muito bom...

Justificando a minha ausência todos esses dias, fiquei sem internet em casa (e continuo sem até agora). Mas o problema está sendo resolvido e acredito que em breve voltarei a ter vida... sem internet por mais uns dias vou começar a catar a sujeira do carpete com a unha, farelo por farelo... é enlouquecedor.
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Mas a boa notícia é que temos um novo trabalhador na casa. O Gui conseguiu um job!! AAhh o tão sonhado job!! Mas como dói as costas, como cansa lavar pratos, como a mão fica feia de tanto arranhão e queimadura. Pois é. Ele já virou o típico imigrante trabalhador: se não trabalha, reclama porque não tem, se trabalha pouco reclama que é pouco e se trabalha muito reclama que é cansativo. Mas como eu disse, tá ruim mas tá muito bom, porque ele conseguiu uma vaga para ajudar na limpeza da cozinha de um restaurante (Kitchen Porter) fazendo praticamente 30 horas por semana. Muitos brasileiros por aqui trabalham só finais de semana e isso significa pouca grana.
Demos muita sorte no dia que ele conseguiu essa vaga. Estávamos caminhando e vimos uma plaquinha em um restaurante, ele entrou, a gerente entrevistou ele, dez minutos depois ela ligou pra ele e no mesmo dia ele fez um teste. Bingo. Fica na região do Temple Bar, 10 minutos de casa, rezemos para que se conserve assim.
Sigo eu ainda na procura.
Se vir uma plaquinha por aí me avisa!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Olho neles

Lembram da aventura com o carro alugado? Pois bem. Todo pagamento foi feito com o cartão da nossa querida Alana, porque ela era a única maior de 26 anos (se você tiver menos tem de pagar uma taxa extra...). Uma semana depois do passeio ela se deu conta que um débito de 60 euros que entrou na conta e que não havia feito. Bloqueou o cartão e correu no banco pra verificar. O débito tinha sido feito pela locadora de carros! Sem avisar e ainda por cima fizeram a operação sem que ela tenha ido lá digitar o pin, a senha, do cartão...
Na mesma hora ligamos para a locadora para pedir explicação. A resposta foi que não havíamos deixado o carro com o tanque cheio, como é previsto no contrato. Mentira. Deixamos o tanque cheinho, o problema é que aqui nenhum funcionário vai conferir o carro na hora da entrega. Reclamamos a falta de profissionalismo da empresa e contestamos dizendo que estavam nos roubando.
Resultado, a locadora pediu desculpas e disse que havia ocorrido um engano, que a conta deveria ter sido debitada no cartão de outro cliente e que eles depositariam o valor novamente na conta da Alana. Ufs!
Conclusão da história: eles podem ter jogado um verde para ver se os imigrantes iam perceber ou não o débito. E mesmo que tenha sido um erro...como eles usaram a senha do cartão pra isso? E o tanque cheio do Vectra custou 40 euros e não 60.

domingo, 17 de maio de 2009

Wild Rover

Fazia um tempo que eu queria publicar esse vídeo. É uma palhinha para quem quer conhecer um pouco da música irish. O nome da canção é Wild Rover, mas vou ficar devendo o nome do cantor, que estava se apresentando nesse dia no The Quays, no Temple Bar. O mais divertido são os bêbados dançando. Gosto muito do ritmo dessa música!

Assiste aí e me diz se gostou:

Poupando em Dublin

Pois bem. Falar de grana sempre é um assunto que rende. Antes de embarcar pesquisamos muito sobre valores e viemos preocupados com o custo de vida da Irlanda, que está entre os mais altos da Europa, mas que em compensação tem um dos melhores salários. Ouvimos falar dos baixos preços das roupas - e nos surpreendemos - e nos preocupamos, em vão, com o custo da comida. Vou explicar.
Depois de alguns dias vivendo por aqui aprendemos a poupar. É uma tática inteligente, e essencial, para quem ainda não conseguiu emprego. Vai umas dicas:

No supermercado
A regra aqui é pesquisar. Existem dois principais supermercados populares em Dublin. Tesco e Lydl. O segundo é ainda mais popular, parece um grande atacado, com os produtos expostos dentro das caixas. O Tesco é o mais famoso e ainda não descobrimos o que ele não é capaz de produzir. Praticamente todas as variedades de produtos têm opção com a marca da loja, com preços que podem chegar a menos da metade dos produtos de marca, e que, tirando algumas exceções, também são de qualidade. O importante é não cair nas tentações que enchem os olhos e procurar as barganhas nas prateleiras mais baixas. As promoções para levar em mais quantidade também valem muito a pena. Se você for resistente, com cerca de 10 euros por semana é possível comer bem e comprar os produtos básicos.

Roupas e acessórios
Penney's é a palavra chave. Ou melhor a loja chave. Lembrando que o post é sobre poupar, não vou levar em conta muita qualidade nesse quesito. Sim, tem outras lojas que vendem roupas com preços acessíveis comparados aos do Brasil, mas a Penney's é a mais popular. É possível compará-la as nossas C&A e Renner, mas com preços ainda mais ridiculamente baixos. Em promoções podemos comprar uma jaqueta reforçada e bonita de inverno, que no Brasil não sairia por menos de R$ 100 por 7 euros. Camisetas, pijamas, blusas, por 5 ou 6 euros. Bolsas por 10 euros. Enfim, para uma emergência na chegada a Penney's pode ser muito útil mesmo.

Calçados
Sapatos são carinhos por aqui. Ao menos que você não queira comprar algo "descartável" na loja que comentei acima, terá que desembolsar mais de 50 euros para comprar uma bota de qualidade ou 80 euros por um tênis.

Cama e banho
Se existe uma coisa que não dá para trazer na mala é o nosso querido edredom. Muito menos o travesseiro e o conjunto de lençóis dos Ursinhos Carinhosos que sua mãe deu quando você tinha 5 anos. Desapegue! Isso não é caro. Na Guineys, edredom (em inglês, duvet) king size você encontra por 8 euros. Uma capa para o edredom (duvet cover) sai por cerca de 6. Travesseiro ou toalha de banho tamanho grande? 4 euros.
...

A dica principal para quem chegou há pouco e precisa controlar as finanças para não passar aperto é essa. Também é legal procurar fazer sua própria comida. Comer em restaurantes ou lanchonetes sai caro. E já que as baladas são de graça, aproveite sem moderação, mas não esqueça que fazer o famoso "esquenta" comprando cerveja no super também é uma tática para tempos de crise!

sábado, 16 de maio de 2009

Mendigo cult

Voltando do National Botanic Garden esses dias, fui obrigada a tirar a foto ao lado. Aqui é proibido pedir dinheiro no rua, mas é comum ver um que outro cidadão acomodado na calçada com um copo daqueles de cafeteria esperando moedas. Eles nunca se deixam fotografar e correm quando um carro da Garda se aproxima, mas este estava tão especialmente concentrado em sua leitura que nem me deu bola.
Continuo não gostando de ver pessoas pedindo dinheiro, mas pelo menos não vejo crianças mendigando nos sinais. Muitos são claramente imigrantes e outros estão visivelmente bêbados.
E os irishs são generosos. Talvez por não ser tão comum, eles param e depositam moedas com frequência.
Se eu ver esse moço novamente vou me juntar a ele... mas não para pedir dinheiro... calma! Fiquei curiosa pra saber que leitura tão interessante é essa.

sábado, 9 de maio de 2009

Até o norte na mão inglesa

Foram mais de 7 horas de viagem no mesmo dia, cerca de 600 km percorridos e uns bons litros de chuva na cabeça. O passeio foi planejado na sexta-feira para ser realizado na segunda de bank holiday irlandesa (5 de maio): Sairíamos de casa antes das 7h, pegaríamos o primeiro ônibus até o aeroporto, alugaríamos um carro e pegaríamos a estrada em direção à Irlanda do Norte antes das nove horas da manhã. Bom... saímos de casa 7h15, nos perdemos para achar a parado do ônibus, chovia e ventava como nunca, perdemos o primeiro ônibus, o segundo atrasou. Quase tudo errado até ai.

Alugando o carro
A ideia de alugar um carro num país desconhecido e de mão inglesa, confesso, não me era das mais agradáveis. Nossa carteira de motorista vale aqui por um ano, mas as leis de trânsito não são completamente iguais. Aqui, por exemplo, parece que ninguém sabe estacionar ou fazer baliza. Todo mundo estaciona na contra-mão e de preferência com metade do carro atravancando a calçada.
Mas antes de alugar o carro conversamos com outras pessoas que fizeram o mesmo passeio, sem problemas. Só precisávamos de um motorista corajoso. Fácil: O Guilherme é a nossa "Maria Gasolina" e estava se coçando para experimentar a novidade.
Chegando no aeroporto procuramos a locadora de carros. Foram 30€ por um Vectra GT (Astra aqui pra eles), mais 15€ de seguro, já que não podíamos comprovar um cartão de crédito com limite de 1200€. Tirando os 40% do discurso da funcionária da locadora que a gente não entendeu, deu tudo certo. Uma van nos levou até a garagem dos carros, conferimos os arranhões e peças e pronto. Entramos no Vectra próximo das 9h30min.

A viagem
Estávamos em cinco pessoas. Cinco gaúchos mais precisamente. Como preferimos um carro sem GPS - porque era mais caro - levamos um notebook devidamente carregado, com internet 3G, um passo a passo anotado do trajeto e um bom mapa das estradas. Só utilizamos o último item de segurança. A sinalização perfeita foi uma companheira durante toda a viagem. E o motorista pegou o jeito inglês de dirigir em poucos minutos (clica no mapa pra ver o trajeto).

Giant's Causeway
Como entraríamos em território da rainha tia Beth, levamos todos os nossos documentos, mas não fomos parados em momento algum. O trânsito é livre entre as duas irlandas. Como o tempo estava feio, preferimos seguir direto para o extremo norte do país para conhecer um dos pontos turísticos mais famosos da Irlanda do Norte e deixamos a capital para o trajeto de volta. Giant's Causeway, ou a Calçada dos Gigantes, em português, é um lugar deslumbrante. Assim como grande parte da costa irlandesa, é cheia de recortes, penhascos, morros e frio... muito frio. Chovia fino e ventava um gelo que cortava a bochechas. Mas a paisagem compensa. E mesmo coberta de uma névoa, impressiona. É chamado de calçada certamente pelo formato pentagonal das pedras naturalmente empilhadas e encaixadas, resultado de uma formação vulcânica muito antiga. A lenda do lugar conta que a calçada foi construída por um guerreiro para desafiar um gigante escocês, que não sabia nadar, a vir até ele para lutar.
Ficamos lá pouco mais de uma hora. O tempo ruim nos impediu de completar a trilha que seguia mais um bom trecho a pé. Encharcados, comemos nossos sanduíches de marmita e seguimos a viagem.

Belfast
A capital da Irlanda do Norte é bem diferente de Dublin. Com mais prédios novos e modernos, Belfast parece um canteiro de obras. Muitas coisas sendo reformadas, outras sendo construídas. O canal Vitória que corta a cidade dá um clima de praia, com barcos de passeio, pontes... Logo na chegada podemos perceber o carro-chefe do turismo na cidade: O Titanic. O navio mais famoso da história foi construído em Belfast, em 1912 pela Harland & Wolff, no maior estaleiro do mundo. Cartazes e placas sobre o navio estão por toda a parte lá. O estaleiro onde ele foi construído realmente impressiona. E parece que tudo foi mantido intacto desde aquela época. É difícil imaginar aquele navio enorme sendo montado ali no início do século 20 sem as tecnologias de hoje.
Por estar cheia de canteiros de obras, o centro da cidade parece estar buscando uma identidade. A cidade é bonita, mas cheia de pontos que lembram Londres, como a torre do relógio que lembra uma réplica do Big Ben e a The Belfast Wheel, a London Eye deles. A roda gigante fica dentro do terreno do City Hall, um prédio histórico deslumbrante no meio da Donegall Square. Gostamos muita da cidade e já planejamos voltar lá em um dia de comércio normal para visitar mais lugares.

A volta
Estávamos cansados, com as roupas meio úmidas da chuva e com fome. Chegamos próximo das 10h30min da noite no aeroporto, mas rodamos uma hora ainda para colocar gasolina, descobrir que a garagem de onde retiramos o carro já estava fechada, ligar para a locadora, ficar tontos com o inglês da funcionária da locadora ao telefone, largar o carro e entregar a chave! Ufs! E deu tempo de pegar o último ônibus para voltar pra casa. A sequência final foi: banho e cama.

Saldo final: 20 € por pessoa

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Recortes de Viagem

O blog Recortes de Viagem, da jornalista Rosane Tremea, na Zero Hora.com, publicou um texto que enviei nesta semana. Eu já falei aqui sobre o passeio que fizemos a Howth, mas aproveito para deixar como dica este blog da RBS para os que curtem turismo e histórias de viagens.


Entra lá.